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GANGRENA GASOSA


Banda: Gangrena Gasosa

Estado: Rio de Janeiro

Gênero: Saravá Metal

Biografia:
Tem gente que parece ter vindo ao mundo pra confundir, incomodar, nadar contra a maré, ser “do contra”. É o caso dos caras da Gangrena Gasosa, a primeira e única banda de Sarava Metal do universo. Confundiram, por exemplo, Jello Biafra, ex-Dead Kennedys, que não entendeu a ironia dos caras na contracapa de seu segundo disco, “Smells Like a Tenda Spirita” – havia uma brincadeira com marcas famosas e o Punk-Mor achou que fosse apoio comercial. Confundiram também as entidades do terreiro que ficava próximo ao Garage, onde sempre faziam shows nos anos 1990. Ou os telespectadores do Jô Soares Onze e Meia, para o qual deram uma entrevista antológica numa época em que era impensável uma banda vinda do underground pré-internet, movido a fanzines xerocados e demos em fita cassete, ter tamanha atenção de um baluarte da grande mídia antes mesmo de lançar o seu primeiro disco.
Para a maioria das bandas esse seria o início de uma fase tranquila, tendo como cenário um ambiente propício à prosperidade. Para a maioria das bandas, não pra Gangrena.
A banda se embriagou, barbarizou o set de filmagens, a equipe do programa ‘perdeu’ a pauta da entrevista, o apresentador faz talvez a entrevista mais curta de sua carreira, eles tocam músicas remendadas pra ficar mais tempo na TV, se desentendem, brigam entre si, o vocalista erra o baterista e acerta um cruzado de direita na sua esposa, a briga destrói completamente o camarim e consequentemente são expulsos do programa logo após a entrevista. Tenso? Agora imagine se todos estivessem vestidos de Orixás, Exus, Pombagiras e até de Chapolim. 

Eles estavam.

Essa situação esdrúxula acontecida há 20 anos atrás - apesar de ilustrar o comportamento selvagem que lhes trouxe mais prejuízos que benefícios - foi uma das passagens mais calmas da conturbada Gangrena Gasosa. O Mainstream nunca se acostumou com seus visitantes bastardos, que por sua vez nunca se adaptaram às suas regras. Apesar de terem ajudado a desbravar territórios nunca imaginados para bandas underground cariocas, nunca deixaram de zoar o barraco praticando um humor extremo que segundo seu primeiro “chefe”, Dado Villa-Lobos, “era radical demais pro mercado na época”. Nem se fizeram de rogados em deixar seu rastro de farinha, pipoca, galinhas, cebolas, cachaça, ovos e velas por onde passaram. Seu público sabe que para uma experiência Sarava Metal completa, a banda deve arremessar seus despachos e ebós sobre suas cabeças.
Perseguições religiosas, acontecimentos sobrenaturais ou pouco naturais, espancamentos, atentados contra os integrantes, as trocas de formação, a evolução musical percussiva, a turnê europeia - que apesar de empolgar os gringos com o Metal cantado em português misturado a uma estranha batucada, conseguiu enfurecer tanto Punks feministas quanto skinheads nazistas - em 2001, detenções em fronteiras, as zicas e urucubacas que acometeram o Ratos de Porão após o contato direto com a banda, o espanto de João Gordo com a turba macumbeira invadindo e bagunçando o conforto de seu lar, destruição de casas de show e o breve fim da banda são parte de uma história que foi retomada com o retorno da Gangrena no EP 6|6|6 – lançado no dia 06/06/2006, “El dia de la Bestia”.
Esse EP foi base para a redenção da banda, a realização do álbum “Se deus é 10 Satanás é 666”, uma sessão de culto ao esporro mixado e masterizado no estúdio DuBrou’, do Frejat. Nas percussões, Elijan Rodrigues e Anjo Caldas, percussionista de Elba Ramalho e da banda Catapulta. A incorporação definitiva da percussão ao som da banda foi decisiva para que o ebó ficasse finalmente completo como Jello Biafra esperava: “a proposta da banda era interessante, mas seria perfeita caso eles conseguissem conciliar no próprio som, e não em vinhetas, o Metal com as influências dos ritmos africanos”. Ele se referia às fitas demo e ao primeiro disco, o ainda tosco, musicalmente falando – porque conceitualmente eles sempre foram e sempre serão toscos – “Welcome to Terreiro”. 
A consagração desta nova fase, depois de inúmeras turbulências e trocas de formação, acontece com o lançamento do DVD “Desagradável”. O divertido documentário passa a limpo toda a trajetória dos malditos, além da íntegra de uma apresentação gravada em São Paulo, no “Inferno” (onde mais?), na noite do dia 03 de dezembro de 2011. O show foi captado com câmeras Full HD e iluminação profissional que unidas à cenografia do palco resultou numa sucessão de imagens macabras que englobam todo o universo sombrio da Macumba, criando assim um ambiente perfeito para o registro de uma performance única onde as entidades da Gangrena interagem ao vivo com efeitos especiais do mestre André Kapel Furman, conhecido por sua participação na produção do último filme de Zé do Caixão, “A encarnação do Demônio”. Conta também com a participação especialíssima de Jão, guitarrista do Ratos de Porão, relembrando seus tempos de “crooner” e caracterizado como Pai de Santo para fazer os vocais em "Benzer até Morrer/Kurimba Ruim", versão gangrenada de dois clássicos dos mestres do Hardcore tupiniquim. Nada mais justo, já que é público e notório que a Gangrena nasceu única e exclusivamente, a princípio, com o intuito de um dia abrir um show do Ratos de Porão.
Já o documentário produzido pela Black Vomit - os mesmos (ir)responsáveis pelo já clássico "GUIDABLE - A Verdadeira História do Ratos de Porão" - abrange todos os 23 anos de trajetória da banda. Uma seleta reunião do povo que agitou a cena underground da década de 90 do século passado pra cá. Estão presentes todas as lendas, destrinchadas e expostas num despacho que revela as passagens mais "vergonha alheia" da história do Rock nacional. Jello Biafra, Jão & João Gordo, BNegão, Marcelo D2, Anjo Caldas, Dado Villa-Lobos, Rafael Ramos, Fabio do Garage, Marcos Bragatto, Tom Leão, Pedro Só, Adilson Pereira, Larry Antha e os ex-integrantes (mais de 15!), dentre outros, recordam os lamentáveis momentos pelos quais os macumbeiros do Saravá Metal passaram em suas vidas. Além disso, imagens de arquivo, fotos e vídeos comprovam de uma vez por todas e para todo o sempre, que “Santo de casa também faz milagre”.

Integrantes: Zé Pelintra - Voz, Omulu - Voz, Exu Caveira - Guitarra, Pomba Gira Maria Mulambo - Percussão, Caboclo Sete Flechas - Percussão, Exu Tranca Rua da Almas - Baixo e Exu Mirim - Bateria

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